domingo, 27 de janeiro de 2013

Ítalo Calvino, Jesus Cristo e as Cidades Invisíveis


A literatura universal sempre abordou a cidade como um local, um centro, um ponto onde as coisas convergem. Sempre foi vista como algo importante. Do ponto de vista social é talvez a maior produção civilizatória.
"As Cidades Invisíveis", de Ítalo Calvino, livro que se aventura em desenvolver narrativas ficticias de cidades imaginárias do império de Kublain Khan, apresenta ao longo do livro várias cidades, das mais diversas, diferenntes, únicas, estranhas, cada qual com seu nome feminino. Kublai Khan nunca havia conhecido suas cidades e então resolve enviar o viajante Maco Pólo para conhecê-las e descrevê-las. No entanto Khan discute a legitimidade dos relatos. O imperador chega a dizer para Pólo que as cidades narradas por ele não existem. De fato, cidades narradas serão sempre diferentes das reais, o que acaba tornando tais cidades inexistentes. Mas, não é isso a que o imperador se refere, e sim a ótica de Pólo que dá destaque a essência das cidades por meio de seus símbolos, nomes, trocas, etc, pois é Pólo sabedor de que cidades narradas são diferentes das reais e assim inexistente, além de outros motivos compreende que a melhor maneira de registrar as cidades era através de buscar sua essência, suas relações. Na Bíblia encontramos uma narrativa que de certa forma tem uma similaridade com isso. Há uma cidade invisível que é narrada no livro do Apocalipse. Aqui é Jesus, o Cristo ressurreto quem apresenta a cidade, é ele quem desvenda essa cidade, porém um outra pessoa é quem registra e a descreve de acordo com sua percepção para ser compartilhada com outras comunidades de fé. João, o último dos apóstolos vivos, homem de seu tempo, tem a visão da Nova Jerusalém, a cidade santa. Uma cidade que de acordo com o registro difere das cidades que João conhecia e que nos dias de hoje também não se assemelha. Chãos de ouro, ruas de ouro, sem templo, sem religião, sem sol, sem lua, mas iluminada. Uma cidade que é impossível.

Em outras palavras podemos também dizer que em cada uma temos os conceitos de não lugar e de lugar.
o lugar é a identidade que o homem cria com ele.
o lugar é  ao mesmo tempo “princípio de sentido para aqueles que o habitam e princípio de inteligibilidade para quem o observa” (Augé, 1994:51).
O lugar se torna então um espaço específico para o indivíduo que mantém estreitos laços com o mesmo, ou seja, é único, assim como ressalta Rodrigues (1997:32): O lugar, como categoria filosófica, não trata de uma construção objetiva, mas de algo que só existe do ponto de vista do sujeito que o experiencia. É dotado de concretude porque é particular, único, opondo-se ao universal, de conteúdo abstrato, porque desprovido de essência. Além disso, é no lugar onde as relações sociais acontecem de forma positiva, ou seja, o lugar é o “espaço do acontecer solidário”. Essas solidariedades acabam formando os valores das sociedades tais como a cultura, economia, finanças, dentre outros e de que forma eles devem ser usados (Santos, 2005:253).
para Augé (1994:102): “O não-lugar é o contrário da utopia: ele existe e não abriga nenhuma sociedade orgânica”. Assim, o não-lugar se torna algo real, onde as relações humanas ocorrem, porém de uma forma diferente de um lugar propriamente dito. Augé (1994:73), define então, o conceito de não-lugar baseado na identidade do indivíduo com o espaço: “Se um lugar pode se definir como identitário, relacional e histórico, um espaço que não pode se definir nem como identitário, nem como relacional, nem como histórico definirá um não-lugar”. 
O indivíduo, para usufruir dos não-lugares, deve primeiramente comprovar a sua identidade pessoal
Nos não-lugares todas as pessoas são anônimas e não possuem relações orgânicas entre si. O homem se torna então, um ser solitário, sem identidade com o não-lugar, pois ele não é um ser único, mas sim, apenas mais um no espaço.
...
Os não-lugares da modernidade, segundo Augé (1994:85), passam a ser lugares onde as pessoas têm o seu comportamento padronizado por ordens criadas nas palavras, sinais ou imagens tais como “pegar a fila”, “é proibido fumar” ou “bem vindo”. Lugares que servem como meio para nossos fins (dependemos das rodovias e dos aeroportos para chegarmos em um determinado destino), ou como ele os denomina: locais de passagem.

Nova Jerusalém e Rio de Janeiro. A missão de Deus dada ao homem também conhecida como mandato cultural, passada de geração a geração de maneira multicultural em que o Reino de Deus, do céu se liga a terra, a vontade de Deus reconhecida e desenvolvida na vida comunitária humana onde a justiça é presente, onde a paz é viva e a alegria compartilhada pois o Espírito Santo compartilha-se com todos. Na busca desse relacionamento humano com a cidade do Rio de Janeiro é preciso trabalhar esses valores do Reino e gerar ações que promovam e gerem o discipulado, este entendido como o processo de 

Marco Polo e João, dois homens de tempos diferentes. Um navegador explorador, outro pescador apóstolo viajante. Dois descobridores de mundos, de homens. Eu e você também podemos ser pessoas de nosso tempo, da cidade, cidadãos comuns que com nossa vocação temos a oportunidade exercer o amor.

Em Jocum Rio foi onde entendi melhor meu papel na cidade e no meu tempo e lendo o livro de Ítalo Calvino escrevi a canção homônima "Cidades Invisíveis" cuja letra é uma junção desse momento e onde se fala da Cidade do Rio de Janeiro como ela sendo mais uma cidade invisível, onde as percepções e sua construção são feitas todo dia pelo que somos e acreditamos. Calvino relata as cidades a partir de seus  símbolos, trocas, proximidade e extensão, tamanho, nome. Me apropriei de categorias que não estavam no livro e atualizei através dessa música onde acrescento as mazelas como as pessoas invisíveis e as cidades e os resíduos. Pessoas se tornam invisíveis, a falta de afeto e comunicação, o excesso de informação, entretenimento em forma de controle de massa, trânsito congestionamento e o direito de ir e vir, cidade como Enoque, somos loucos que buscam independencia, construir nossas babéis e babilônias, o consumismo, o excesso de lixo, o ideal, o utópico e o que é. Somos a cidade que ainda não somos. Desejando a cidade que desce do céu, essa nova Jerusalém, a ser introduzida no Rio de Janeiro canta-se na música que no centro estará a Árvore da vida junto a um rio de vida para cura das demais cidades. Tal cidade tem ao mesmo tempo o jardim do éden. É uma cidade-jardim ou um jardim-cidade como na Nova Jerusalém. Casas a casas restauradas, os problemas corrigidoos das brechas ao centro... do local ao global. Como Amós, o profeta do campo profetizou. Cabe a nós profetas urbanopecuaristas profetizar justiça por uma cidade habitável como nas palavras de Jesus: vou para o pai. na casa de meu pai há muitas moradas. Jesus vai , mas o Espírito Santo que é seu Espírito volta para que sejamos moradas, para que vivamos em comunidades nessas cidades.

Jorge Tonnera Jr
Coletivo Igrejas Ecocidadãs-RJ
Céu de Ripchips

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Iron Lion Zion em hardcore!!!

Qualquer banda tem sempre suas referências. Ninguém parte do zero nem do nada, até porque a própria natureza nos serve de referência e nos inspira. Várias são as influências, as quais se manifestam no som do Céu do Ripchip de maneiras distintas. Seja a surf music, principalmente v Spy v Spy, ou punk rock, tais como Green Day, Ramones, e hardcore tipo Dead Fish, mas também o reggae, particularmente do mestre Bob. Escutar Bob Marley é uma experiência incrível. É uma viagem que nos faz pensar, nos deixa tranquilo e desejar amar o próximo, a Deus, a si mesmo e o meio ambiente. No entanto, eu penso às vezes nas músicas do Bob como em versões hardcore. Algum dia, quem sabe, ainda gravaremos um cd só de covers de Bob em Punk rock. Comparativamente num primeiro momento pode parecer bem opostos os dois estilos rítmicos, mas na verdade são muito parecidos, seja na simplicidade de acordes (os famosos 3 acordes), a crueza, as letras questionadoras, a subversão e o estilo tribal.  Bob Marley & The Wailers, foram a Londres e conheceram de perto a cena punk local e bandas como The Clash. Inspirado, Marley gravou a música Punk Reggae Party. O próprio Bob Marley certa vez disse os punks dizem coisa contra o sistema lutam pelo seus direitos. Se os punks fossem negros ,eles seriam rastas e se os rastas fossem brancos eles seriam punks. Bom, hoje há vários negros punks e brancos rastafaris.  Reggae punk é um gênero da música punk que caracteriza-se pela fusão entre o punk rock e o reggae jamaicano.
Nossa versão não é um Reggae Punk, mas simplesmente um hardcore, uma cover natural, e bem original de cara prórpia, mas também um caso de confluência musical e filosofal. O evangelho punk reggae. rsrsr

Baixe a música:

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Release e explicação do cd sociedade da imunodeficiencia da síndrome consumptiva (SxIxSxCx)

cd sociedade da imunodeficiencia da síndrome consumptiva (SxIxSxCx)


O desperdício de tempo, de vida
A inutilidade do ser, a vaidade das vaidades
somos usurpados do tempo e espaço e usurpamos as coisas tirando do tempo e espaço aprisionando.
Uma geração que corre com pressa querendo saber quem é, uma geração consumista que se enche de coisas que a complete. Sem limites, sem linha, hedonista, domesticada e doutrinada a ser uma propaganda.

Uma falta de
nos leva a um não retorno do tempo.

Até entender e refletir o tempo em que estamos, um tempo que busca transformação, uma época em que o novo nunca vem, em que aguardamos a verdadeira Primavera.q vai além do amor aos protestos, mas ama as pessoas em primeira lugar.

Mas há uma revolução que nasce em nós e que nos faz questionar acima de tudo a nós mesmos. Nossas conquistas, derrotas, estágios até o ponto em que chegamos e quem nós somos, nossas escolhas. Há um sentimento acima de toda correria, q vai além do consumo, há algo que perdura e que tem mais valor q qualquer coisa. algo q nos dá valor, nos dá sentido, nos dá identidade, nos reaproxima de nós mesmos, nos faz perceber o q somos para q estamos, e reata os relacionamentos perdidos e desgastados(consumidos), fazendo um novo ser, um novo homem, uma nova mulher, uma nova história, rompendo com o velho ser, o velho sistema. Celebrar o fim; comemorar o novo começo!

E o que vem disso começa a valer, a se tornar realidade, a ter coerencia, a ser a coisa mais lógica e racional q existe e acima disso verdade. A inutilidade se transforma e passa a ser uma novidade de vida. Nos quebramos para sermos reconstruídos, mas não como antes e sim como um algo novo, uma primícia do amanhã. A partir de uma liberdade busca autonomia, pois esta difere d eindependência, a qual aprisiona, pois é uma mentira. O paradigma a ser quebrado pelo paradoxo do céu. Tal paradoxo é  o Reino dos céus (plenitude de verdade, amor e justiça, paz e alegria do um Deus, o Cristo vivo), onde se perde para ganhar e se morre para viver. Nesse país das últimas coisas, onde o lixo é um conceito únicamente do ser humano há tantas perdas, poucas trocas e baixa reciclagem. Há algo que quer consumir tudo, mas já está consumado! O Cordeiro venceu o Consumidor, e isso não tem volta. o amor venceu e está entre nós.

Diante do descontentamente e a ansia de quere fazer algo assim o novo homem da nova História pede a Deus que faça de si uma casa de habitação, que receba pessoas e pensamentos bons, úteis e verdadeiros. Casa que reflita os valores do Reino que não é desse mundo. Amizade, amor, comunhão, salvação. Isso é tão verdadeiro que não se tem como fugir mesmo quando queremos.

Embora tão longe estamos e ao mesmo tempo tão pertos do que somos e do que deveríamos ser, da destruição e da salvação, por isso a cada dia vamos buscando o ser , a mudança e o sentido, novidades, buscamos religião, buscamos coisas consumo,
tudo o q há ausencia de verdade e amor nos faz consumir e sermos consumidos, nos aprisiona.
pra isso os que querem viver e não somente existir, os que se preenchem de amor deixam de ser (o q eram, deixam de buscar o interesse privado,...), tudo isso devem deixar e assim deixamos pra viver 9para se tornar um, para ver Deus, para ser como Jesus, ). Esse é o caminho estreito da vida certa. São chado de os do caminho, aqueles que seguiam Jesus, pois iam pra vários lugares e confins.

E aí que a Cidade, o projeto de vida de maior expressão civilizatório e societário e biológico e ecológico da humanidade, criada a partir de um assassino (Caim), todas as Enoques (cidades de Caim como a primeira) cheias de problemas que refletem o nossos eu e o coletivo independete dessa sociedade deve ser alterado. Há uma esperança que se brota de dentro dos corações redimidos, ainda que imperfeitos, mas guiados pelo Excelente, o Messias, o Cristo e que este trará o Reino e a cidade se tornará um jardim cidade ou uma cidade jardim, pois do centro da cidade a árvore da vida e o rio da vida chegarão a todoas as cidades, cessarão as rachaduras, taparão as brechas, e os cidadãos do céu são primícias, uma luz que precisa estar em um lugar que atinja a escuridão, que sejam as primícias dessa cidade nova, do Rio de Janeiro à Nova Jerusalém!
A justiça de Deus é diferente, está acima da vingança...
A verdadeira prosperidade é a sustentabilidade. me acorde quando os santos chegarem!

Até que isso aconteça cá estamos nessa luta da inutilidade com a utilidade, caminhando na estrada da reciclagem como aço às vezes corroidos, mas que por dentro se mantém intacto protegido, salvos. em cima da rocha, confiro o estoque de amor, conhecimento, e fé e coragem. correr como um fugitivo pra continuar levando a vida que vivo, pois a injustiça nos persegue, a falha no sistema vai nessa matrix. Nesse êxodo. Olhando parta Zion Estou me tornando de aço como um leão em Sião. Estou na disputa, mas não tenho nenhuma arma. tenho cura e amor.

Músicas para baixar

Gravando

Ripchip?

- Rei poderoso sobre todos os Grandes Reis - respondeu Ripchip -, permita recordar-lhe que a nós, os ratos, foi dado um tamanho muito pequeno, de modo que, a não ser que conservemos a nossa dignidade, alguns dos que medem as pessoas aos palmos seriam bem capazes de se permitir brincadeiras de mau gosto às nossas custas.

Não sei porque me identifico tanto com esse rato... ;)


“Onde o céu e o mar se encontram,
Onde as ondas se adoçam,
Não duvide, Ripchip,
Que no Leste absoluto está
Tudo o que procura encontrar.”
—     As Crônicas de Nárnia: A Viagem do Peregrino da Alvorada

Oi, somos Ripchips

Oi, nós somos os Ripchips, uma banda de punk rock/hardcore com influências várias e distintas como variada e expansiva é a vida em todas as suas formas. Confluimos ideias sobre ecologia, amor e fé, justiça, paz e alegria. Pitadas de Rock-reggae-surf music e física quântica. Esperamos compartilhar um pouco ao menos dessas ideias e pensamentos como uma economia do ser, pois a verdadeira ecologia assim como a verdadeira economia é compartilhar da vida com vida por vida.

Só nos resta acreditar não é mesmo?
Ripchip - As Crônicas de Nárnia: A Viagem do Peregrino da Alvorada


Paz, amor e empatia, na comunhão
Paz do Excelente!

Jorge Tonnera Júnior